A erva de São João é uma erva que há muito se acredita ter qualidades medicinais, especialmente para o tratamento da depressão.
Também parece ter propriedades antibacterianas e pode atuar como um agente antiviral.
Também conhecida como perfuraram a verruga de São João, erva daninha de Tipton ou erva daninha de Klamath, a erva de São João vem de uma planta de florescência chamada. Está disponível em chás, comprimidos, cápsulas e como tratamento tópico.
A planta contém a hipericina química ativa, e isso pode ser o que dá à erva a maior parte de sua eficácia. Outros ingredientes, como hiperforina e flavonóides podem desempenhar um papel.
A erva de São João pode colidir perigosamente com alguns medicamentos prescritos, portanto, deve-se ter cuidado com seu uso, e qualquer uso deve ser discutido primeiro com um profissional de saúde.
Também pode levar ao aumento da fotossensibilidade, à sensibilidade ao sol, ao desconforto estomacal e a reações alérgicas.
Fatos rápidos sobre a erva de São João
- A erva de São João tem o nome de São João Batista, pois a planta está em plena floração no dia 24 de junho, dia de festa de São João.
- A erva é usada na medicina alternativa para tratar a depressão, ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
- Pode ser tomado na forma de comprimidos, tinturas ou como uma infusão, usando saquinhos de chá.
- A erva de São João não foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) para uso sem receita médica (over-the-counter – OTC) ou receita médica nos Estados Unidos (EUA).
O que é isso?
A erva de São João tem o nome de São João Batista, cujo dia de festa (24 de junho) ocorre quando a planta está em plena floração.
Dizem que manchas vermelhas aparecem nas folhas da planta no dia 29 de agosto no hemisfério norte, tradicionalmente o aniversário da morte de São João Batista. Dizem que as manchas vermelhas representam o sangue derramado quando São João foi decapitado.
Alguns dizem que a erva foi usada para tratar os feridos nas cruzadas pelos Cavaleiros de São João.
Como funciona, não está claro, mas sua ação pode ser semelhante à de um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS), como a fluoxetina, ou o Prozac, no aumento da disponibilidade dos produtos químicos do cérebro: dopamina, serotonina e norepinefrina.
Usos médicos
A erva de São João é usada há centenas de anos na medicina popular, especialmente para curar feridas. Foi usado para “expulsar o demônio interior” nos tempos medievais. Paracelso, um filósofo do século 16, recomendou a erva para alucinações e “dragões” e curar feridas.
Em 1959 e 1971, as propriedades antibacterianas da erva de São João foram cientificamente relatadas. Sua substância antibacteriana, hiperforina, foi extraída e analisada.
Hoje em dia, a erva de São João é amplamente utilizada na Europa, especialmente na Alemanha, como um tratamento à base de plantas para a depressão. Seu uso terapêutico cresceu em outras partes do mundo nos últimos 20 anos.
Nos Estados Unidos (EUA), a Food and Drug Administration (FDA) não a aprovou como um over-the-counter (OTC) ou medicamento de prescrição para tratar a depressão.
Uma revisão de estudos de 2016 concluiu que a erva de São João é melhor do que um placebo no tratamento da depressão leve ou moderada. Os pesquisadores alertaram, no entanto, que a evidência foi falha devido à falta de pesquisas sobre o uso da terapia para depressão severa e relatos ruins de eventos adversos.
No entanto, nem todas as pesquisas foram consistentemente confiáveis.
Na maioria dos países, a erva de São João está disponível no mercado de balcão, mas em alguns países, por exemplo, na Irlanda, é necessária uma receita médica.
A maioria das pessoas toma a erva em forma de comprimido ou cápsula, mas também está disponível em saquinhos de chá. Para aplicação tópica, é usado em tinturas, um extrato medicinal em uma solução de álcool.
Outros usos
Erva de São João foi testado uma série de condições, com resultados variados.
Transtorno depressivo: Para o tratamento da depressão maior leve a moderada, estudos de curto prazo, com duração de até 12 semanas, indicam que a erva é mais eficaz que um placebo e tão eficaz quanto os antidepressivos tricíclicos TCA no tratamento da depressão.
Estudos comparando a erva de São João com inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), como Prozac (fluoxetina) ou Zoloft (sertralina), são mais limitados, mas há algumas evidências de que a erva pode ser tão eficaz quanto essas drogas e com menos efeitos.
Não há evidências suficientes para apoiar seu uso em crianças.
Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): Um pequeno estudo sugeriu que o hipericão poderia ser “pouco eficaz” no tratamento do TDAH, mas outros descobriram que isso não ajudou.
Existem algumas preocupações de que isso pode piorar os sintomas.
Transtorno de ansiedade: Não há evidências suficientes para dizer que a erva de São João é eficaz contra o transtorno de ansiedade e pode piorar os sintomas.
Dermatite atópica: Um estudo sobre a eficácia do creme de hipericão sugeriu que a dermatite atópica leve a moderada pode responder positivamente ao tratamento tópico.
Transtornos Somatoformes: Algumas pessoas apresentam sintomas físicos que não podem estar ligados a uma doença orgânica. A erva de São João pode ser útil no tratamento de alguns deles, mas são necessárias mais evidências.
HIV: Alguns estudos com animais sugeriram que a erva de São João pode ter efeitos antivirais, mas um ensaio em humanos não confirmou isso.
O uso da erva de São João para HIV ou AIDS não é recomendado, devido ao risco de interações medicamentosas.
A pesquisa também analisou o uso da erva de São João para:
- sintomas peri-menopausicos
- síndrome pré-menstrual (TPM)
- transtorno afetivo sazonal (SAD)
- fobia social
- transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
- dor no nervo
- síndrome da boca ardente
- dor pós-operatória
Mais evidências são necessárias para confirmar sua eficácia.
Dosagem
A dose habitual na forma de cápsula ou comprimido seco é de 300 miligramas (mg) três vezes ao dia, com as refeições. Isso é para adultos. Não é recomendado para crianças.
Efeitos adversos
Se efeitos colaterais ocorrerem, eles podem incluir:
- ansiedade
- tontura
- boca seca
- dor de cabeça
- sensibilidade à luz
- inquietação
- sedação
- disfunção sexual
- reacções cutâneas
- dor de estômago
- cansaço ou fadiga
Pode levar de 3 a 6 semanas para experimentar qualquer benefício. Parar o uso da erva de São João deve ser feito gradualmente, para evitar efeitos colaterais.
Riscos
Uma pessoa com diagnóstico de depressão não deve usar a erva de São João como uma alternativa às terapias recomendadas por um médico. Se a erva não é eficaz, a depressão pode piorar.
Os doentes não devem tomar a erva de São João se estiverem a tomar os seguintes medicamentos, pois a sua utilização pode torná-los menos eficazes:
- Anticonvulsivantes
- Ciclosporina
- Digoxina
- Contraceptivos orais
- Alguns medicamentos anti-HIV
- Teofilina
- Varfarina
A erva de São João pode aumentar o efeito dos antidepressivos ISRS. Isso pode levar a um aumento perigoso da serotonina no organismo.
Os sintomas incluem:
- tremor
- diarréia
- confusão
- rigidez muscular
- baixa temperatura corporal
Pode ser fatal.
Em alguns casos, a erva de São João pode desencadear psicose. Pessoas com transtorno bipolar ou depressão maior não devem usá-lo, pois pode resultar em mania.
Também pode adicionar o efeito de drogas triptan usadas para a enxaqueca, como o sumatriptano.
Ainda não está claro se a erva de São João é segura para uso durante a gravidez ou durante a amamentação.
Os pacientes devem sempre conversar primeiro com seu médico antes de tomarem a erva de São João ou outros suplementos ou terapias alternativas, especialmente se já estiverem tomando medicamentos.
Suplementos e remédios de ervas são feitos de produtos químicos, assim como as drogas convencionais.
Uma pesquisa publicada em 2015 sugeriu que, como a erva de São João tem um perfil semelhante à fluoxetina, ela também pode produzir as mesmas reações adversas. Efeitos adversos graves podem ocorrer se os dois medicamentos forem tomados em conjunto.