Cientistas descobrem circuitos cerebrais que aumentam a ansiedade durante a abstinência de nicotina

Uma descoberta sobre o cérebro pode oferecer uma nova esperança aos fumantes que têm dificuldade em questionar. Cientistas que escrevem no jornal descrevem como eles identificaram circuitos no cérebro que eles acreditam ser responsáveis ​​pela ansiedade que geralmente acompanha a retirada de nicotina.

mulher ansiosa

O autor sênior Andrew Tapper, professor associado de psiquiatria na Universidade de Massachusetts Medical School (UMMS), diz:

“O aumento da ansiedade é um sintoma proeminente de abstinência de nicotina que contribui para a recaída em fumantes que tentam parar de fumar”.

Ele e seus colegas descobriram circuitos no cérebro que parecem ser especificamente ligados para aumentar a ansiedade durante a abstinência de nicotina.

A equipe também descobriu várias outras características interconectadas no cérebro que desencadeiam a ansiedade durante a abstinência de nicotina.

Eles sugerem que suas descobertas podem abrir a porta para novos tratamentos para aliviar ou até mesmo prevenir a ansiedade durante a abstinência de nicotina.

O novo trabalho se baseia em conquistas realizadas ao longo de vários anos – tanto no UMMS quanto no The Scripps Research Institute, em La Jolla, CA.

Segue-se, por exemplo, um estudo publicado em 2013 na revista, onde o professor Tapper e colegas mostraram que um conjunto específico de células em uma região do cérebro conhecida como núcleo interpeduncular causa sintomas físicos de abstinência de nicotina, como dores de cabeça, náuseas. e insônia se originam.

A equipe ficou surpresa ao descobrir que a área do núcleo interpeduncular que é ativada durante a ansiedade relacionada à abstinência é distinta da sub-região que eles identificaram anteriormente como estando ligada aos comportamentos de abstinência da nicotina.

Os pesquisadores também ficaram surpresos ao descobrir que sinais de outras duas regiões cerebrais se juntam no núcleo interpeduncular para desencadear cremes que causam ansiedade.

Um dos sinais vem da área tegmentar ventral – um grupo de células no centro do cérebro – que normalmente está ligado a recompensa ou prazer. O estudo mostra que essa área ativa as células cerebrais no núcleo interpeduncular usando o fator de liberação da corticotropina (CRF) – uma substância química do cérebro que é liberada em resposta ao estresse.

O outro sinal vem da habenula medial e dispara as células do núcleo interpeduncular liberando o glutamato – o químico mais usado pelas células cerebrais para enviar sinais um ao outro. Neste caso, a chegada de CRF às células do núcleo interpeduncular parece aumentar o efeito do glutamato.

Redução da estimulação das células do núcleo interpeduncular aliviou a ansiedade em camundongos

Em testes adicionais, os pesquisadores descobriram que poderiam aliviar a ansiedade em camundongos, reduzindo a estimulação das células no núcleo interpeduncular, e sugerem que o mesmo pode ser possível em humanos.

O professor Tapper diz que ambos os insumos – CRF da área tegmentar ventral e glutamato da habenula medial – parecem ser importantes e oferecem alvos potenciais de tratamento:

“Nós poderíamos aliviar a ansiedade durante a abstinência da nicotina, impedindo a síntese do fator de liberação da corticotropina na área tegmentar ventral, ou suspendendo a entrada da habenula medial no núcleo interpeduncular”.

Drogas que bloqueiam os receptores de CRF nas células já existem, diz o professor Tapper. Ele também observa que esses receptores já foram ligados à ansiedade e à depressão, portanto, os achados do estudo podem ter implicações para os transtornos da ansiedade em geral.

A equipe agora planeja investigar as interações entre ansiedade, estresse, recompensa e retirada de substâncias viciantes e explorar se os circuitos que eles identificaram se relacionam com a ansiedade induzida pelo estresse em geral ou apenas aquela induzida pela retirada de nicotina.

Em setembro de 2014, eles aprenderam como os pesquisadores descobriram que a abstinência de nicotina reduziu a responsividade à recompensa e o efeito foi particularmente forte em fumantes com histórico de depressão.

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